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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Tempo é dinheiro;

E foi pelas Cidades Grandes que passei a maior parte do meu tempo, o meu tempo inteiro, um tempo de quase 12 anos. Muito coisa se aprende nessas Grandes Cidades, não falta nada para se descobrir. Vagava pelas ruas, pelo becos e vielas dessa megalópoles, jogadas aos ratos e cobertas de lixo. Todas têm aquele charme especial de modernidade, prédios imensos, letreiros piscastes, outdoors gigantescos, tudo exagerado, assim como o trânsito caótico, as ruas lotadas de pedestres, lojas com liquidação, lotéricas entupidas, e buzinas, buzinas, buzinas. Grande São Paulo, grande capitalismo. Nunca entendi o alto índice de acidentes de trânsito em São Paulo, ninguém passa de 20km/h naquelas avenidas.


Nesses anos de megalópoles, me acostumei com o correr dos pedestres atrasados, as buzinas dos carros engarrafados, e o odor daquele esgoto aberto que chamam de Tietê e principalmente, me acostumei com a invisibilidade das pessoas.

Ninguém olha pra ninguém, ninguém vê ninguém, é tanta gente ao alcance da visão, mas todo mundo só segue seu caminho, rostos passando, vozes ecoando e berros aos celulares, uma correria pra tentar vencer o relógio.

O tempo, bendito seja o tempo, a única coisa realmente independen
te, auto-suficiente, constante e indomável. Quem nunca teve medo do tempo? Quem nunca o questionou?


“A vida já é curta, mas só tornamo-la ainda mais curta, desperdiçando tempo”
Victor Hugo

Essas megalópoles, esses seus habitantes, escravos do tempo, escravos do relógio. Calculam os segundos. Vida estressada. As pessoas deveriam ser mais calmas com esse tal de tempo, se deixam levar pelo stress. Querem tanto não perder tempo, fazer tudo rápido, comer Mcdonalds – não desperdiçar as horas, aproveitar os minutos, que acabam perdendo todo o tempo que deveria sim ser realmente
aproveitado quem sabe com, pelo menos, ALGUNS SEGUNDOS RESPIRANDO, porque você sabe, não é? Se não fosse involuntário, não lembrariam de respirar, e o fôlego se iria com os berros aos celular.

Depois dessa vida de trabalho, vão se passando os anos num piscar de olhos. Eu
com meus miseráveis 16 anos já agonizo em pensar em quanto tempo já se passou desde a minha 1ª série e como passou tão rápido. Pior é saber que pensarei a mesma coisa aos 30.
Pois é, vejo tanto isso, nessas cidades globais, pessoas tentando controlar o tempo, seu próprio tempo, se esquecendo de viver.
O tempo vai passando, e a vida agitada faz esquecer-se da vida que realmente deveria ser. Entretanto, quando finalmente ARRUMAM TEMPO DE VERDADE pra respirar e REALMENTE NÃO DESPERDIÇAR o tempo, entram em colapso ao refletirem que passaram anos de suas vidas correndo nas ruas, pegando metrôs, tomando neosaldina, morrendo na frente de computadores.

Nossa absurda condição de humanidade, tantas coisas maiores e nós aqui cheio de picuinhas e superficialidade, inúteis egoístas fazendo tão pouco da vida.

Nossa obsessão pelo tempo nos fez escravos dele. Talvez uma parcela de nosso tempo, seja pra não fazer nada. Jogar as pernas pro alto, respirar, pensar, vegetar, ouvir música, dançar sozinho, jogar um Mário, ver TV, olhar pro céu, andar de bicicleta. Talvez esse tempinho, às vezes, possa ser chamado de aproveitado.


O tempo é curto e o importante é o que fazemos dele.
“Cada segundo é tempo pra mudar tudo pra sempre”
Charles Chaplin.

Passei grande parte das minhas férias nessas cidades, e o mais triste, é andar, e andar por elas e não ser notada, e pior, não notar ninguém.

Esses são alguns dos pesadelos do homem civilizado, e o mesmo só tem os males que se criou para si mesmo, o que à natureza se faria justiça, assim diria Jean-Jacques Rousseau, em 'Discurso Sobre a Origem da Desigualdade'.

Ravena

ps.: já sou conhecida por meus posts descomunais mesmo u.û

5 comentários:

  1. Sampa é um stress e uma bagunça total! Todo mundo é invisivel msmo, desde a atendente da loja até o gari na rua, e as pessoas só ficam sem celular se forem roubadas '-' e nem tente pegar o metrô as 18hrs. Sampa é bom se não fizesse 'tao pouco da vida'.

    music s2
    Gostei Ravena xD bjos

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  2. Isso me lembrou muito a história "O Menino Maluquinho"! "A unica coisa que ele não conseguiu segurar foi o tempo"
    Mas a parte linda é que isso pouco importava pra ele... A final, ele havia sido um menino feliz =]

    Sou a favor de cada um fazer o que quiser com a sua própria vida. Só espero que essas pessoas loucas para estender seus dias para 30 horas, saibam o que estão fazendo! ;]

    Beijos, Raverinha! s2
    Ádnei!

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  3. A vida passa num piscar de olhos msmo, e pode acabar qdo a gnt menos espera. A correria em São Paulo me asusta um pouco O.o'
    A unica coisa que talvez a gnt tenha é a capacidade de escolher oq fazer do nosso tempo, e berrar ao celular ñ é msmo a melhor escolha.
    As pessoas deveriam ser mais calmas, vc tbm Ravena u.u' (h) kaposals rlx

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  4. Por isso vou me casar com um pescador e morar na praia e fingir que não sei ler e morrer vendo o por do sol numa overdose de água-de-coco!

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  5. eu já peguei o metrô de São Paulo às 18hrs, e graças à Deus pela parte feminina que fizeram agora \õ.õ/

    Como sempre, Adnei, seus belos comentários são uma belezinha (haushausha) e sempre me fazem sorrir (: é, ele foi uma moleque feliz.

    Juninho, isso me lembra a música "Semana que Vem" da Pitty, o q não é tão bom assim o.o'
    AHUSHAUHSUAHSUHAS e cara, eu só tava num dia ruim, meio alterada u.u'

    Rá, talvez isso REALMENTE torne pessoas felizes, e me lembra o "Todo Poderoso": "Algumas das pessoas mais felizes do mundo vão pra casa fedendo no final do dia" *-*

    Ravena (:

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